Mensagem de Quaresma do Bispo de Viana do Castelo

A Mensagem de Quaresma do Bispo de Viana do Castelo, D. Anacleto Oliveira, intitula-se A caridade como vivência da Fé e anúncio do Evangelho.

Nesta mensagem, o Bispo de Viana do Castelo começa por citar uma das antífonas da Hora Intermédia de Quarta Feira de Cinzas: chegaram os dias de penitência: expiemos nossos pecados e salvaremos nossas almas. É com estas palavras que a Liturgia das Horas (...) nos anuncia o tempo da Quaresma e nos indica como vivê-lo: na penitência, isto é, no arrependimento dos pecados e na conversão a uma vida de acordo com a nossa fé em Deus, o único que nos pode salvar.

Esta penitência e a consequente expiação ou reparação do mal causado pelo pecado têm de ser concretas. O Catecismo da Igreja Católica (n.º 1434) destaca as três formas em que a Escritura e os Padres da Igreja mais insistem: o jejum, a oração e a esmola. E fundamenta assim a sua importância: nelas cada um de nós exprime “a conversão em relação a si mesmo, a Deus e aos outros”. Alarguemos pois as nossas vidas a estas três dimensões, e receberemos de Deus a salvação prometida.

Quem jejua, reza ou dá esmola, para dar nas vistas ou obter outros dividendos, fecha-se ainda mais nos limites do seu egoísmo e rejeita o amor infinito com que Deus nos conquista para a fé – aquela fé que, no dizer de São Paulo, actua pela caridade (Gl 5, 6).

E se esta caridade, como a fé em que está enraizada, é dom de Deus, não pode reduzir-se à oferta do que nos sobeja. Não é assim que os verdadeiros pais amam os filhos. Nem é assim que nos ama o nosso Pai que está nos Céus. Pelo contrário: sem o merecermos, deu-nos Jesus Cristo, seu Filho Único; e Jesus por todos ofereceu toda a sua vida na cruz, abrindo-nos assim o caminho para o triunfo definitivo sobre o egoísmo, o pecado e a morte.

Quer isto dizer que tanto o jejum e a abstinência como a oração devem, por um lado, conduzir-nos à prática da caridade e são, por outro lado, condição para a sua autenticidade. Abstemo-nos até daquilo que nos pode fazer falta, para o oferecermos aos outros; rezamos com maior intensidade, para nos darmos mais pelos outros. Por outro lado, sem o auxílio divino da oração e a renúncia a nós próprios, dificilmente viveremos para os outros, com a caridade pura e incondicional, ilimitada e persistente do nosso Deus.

Juntemos as três formas de penitência nesta sua complementaridade, e faremos da caridade, neste Ano da Fé, o anúncio mais eficaz do Evangelho em que acreditamos e de que o mundo tanto precisa.


Foi nesse sentido que, depois de ouvir o Conselho Presbiteral, escolhi os três destinos que, neste ano e em partes iguais, daremos ao contributo penitencial recolhido na nossa Diocese: a nível paroquial, as Conferências de São Vicente de Paulo da Diocese;  a nível diocesano, o Centro Pastoral Paulo VI de Viana do Castelo e a nível internacional, um lar para estudantes mais pobres, a ser construído na Missão de Itoculo, da Diocese moçambicana de Nacala.

Mensagem de Quaresma do Bispo de Viana do Castelo

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