Estudo: Os catequistas e a Web

Compreender o lugar que a Internet ocupa na formação dos catequistas quer na sua formação pessoal, quer na formação em ordem ao trabalho realizar com os catequizandos são o objectivo de um estudo de investigação do padre Luís Miguel Figueiredo Rodrigues, da Diocese de Braga,  no âmbito do trabalho que desenvolve com vista ao doutoramento em Teologia Prática.

Com este trabalho pretende traçar "um retrato do país" de modo a poder dotar de melhores recursos conceptuais aqueles prestam este serviço eclesial, quer a nível individual, quer a nível institucional.

O questionário não demora mais de 10 a 15 minutos a responder e destina-se a todos os catequistas portugueses de todas as etapas catequéticas. O questionário está disponível até à Páscoa.

Aceda aqui ao questionário e participe


Conhecer a realidade nacional de acesso dos catequistas portugueses à rede de modo a percepcionar necessidades, verificar usos e costumes, a fim de criar uma reflexão válida, são alguns dos objectivos que levaram o Padre Luís Miguel, de Braga, a criar um inquérito online, onde procura respostas para estas questões.

No final de três semanas online, e em período de férias escolares e catequéticas, o Secretariado Nacional de Educação Cristã (EDUCRIS) deixa-nos uma breve entrevista com o Padre Luís Miguel.

EDUCRIS: Que balanço faz destas 3 semanas de inquérito online?
Padre Luís Miguel:  Quando se está a investigar uma problemática de que se gosta muito, como é o meu caso, fica-se sempre um bocado “triste” com a não adesão. Mas isso tem de ser enquadrado num País onde só 30% dos secretariados dizem ter página de internet e 35% blogue. Presença nas redes sociais só 40% (para o Facebook)  e 15% (para o Google+) dos secretariados afirmam ter. Dito de outro modo, esta realidade da Web ainda é um bocado embrionária por parte de muitos secretariados. Embora 40% afirmem que prevêem num curto e médio prazo investir nesta área.
Para colmatar esta falha, há uma meia dúzia de sítios (páginas e/ou blogues) que tentam suprir esta falha, sobretudo de iniciativa não institucional. Não deixa de ser curioso que entre os institucionais, e à excepção do Educris, os sítios dos secretariados mais referidos são aqueles de onde há mais adesão aos inquéritos. Aqui podemos ver uma certa continuidade nos ambientes, ou dito de outro modo, uma presença embrionária de uma ecologia informacional.

EDUCRIS: Qual a importância de um inquérito deste tipo em Portugal?
Padre Luís Miguel: Perguntar-me a mim da importância é redundante, pois se eu não considerasse muito importante não me aventurava a tal. Mas sendo mais concreto: conhecer a realidade é uma necessidade para qualquer reflexão, sob pena de estarmos a programar, executar e avaliar para realidades e sobre realidades que não existem. Por muito que quiséssemos que existissem e até nos convencêssemos disso.
Outra das questões que este trabalho me está a mostrar é que o oficial, que advém dos secretariados, é quase periférico, em relação ao oficioso, aquilo que cada agente de pastoral, por si, faz na Web. Embora não se pense em “controlar” as dinâmicas, não deixa de ser preocupante aferir até que ponto a qualidade do que existe é garantida. Mais, o que se procura na Web, pela primeira leitura na diagonal dos questionários, é “materiais” para usar na catequese. Não há muito a prática de diálogo, partilha e aprofundamento dos temas inerentes à catequese. Dito de outro modo, a dinâmica da Web 2.0 ainda está pouco presente no uso que os catequistas fazem da Internet.
Como é que isso poderá acontecer e os passos para lá chegar é o que eu espero perceber no final deste trabalho.

EDUCRIS: No final de três semanas de Inquérito online quantas respostas já tem?
Padre Luís Miguel: Neste momento temos cerca de 1442 inquéritos distribuídos da seguinte forma: Algarve: 32; Angra: 22; Aveiro: 33; Beja: 18; Braga: 649; Bragança-Miranda: 9; Coimbra: 24; Évora: 9; Funchal: 23; Guarda: 9; Lamego: 4; Leiria: 22; Lisboa: 157; Portalegre-Castelo Branco: 40; Porto: 224; Santarém: 21; Setúbal: 61; Viana do Castelo: 36; Vila Real: 29 e Viseu com 20 respostas.

EDUCRIS: Quais as dioceses mais deficitárias?
Padre Luís Miguel:  As dioceses que me parece mais deficitárias, porque não sei bem quantos catequistas tem cada diocese, são Angra, Algarve, Guarda, Lamego, e por aí adiante... Embora, para a população em geral eu tenha um número razoável, que me permite ter um nível de confiança de 95% e um erro de amostra de 3%. Se pretendermos aplicar esse raciocínio às dioceses ou zonas do País, tal não é possível, porque a relação entre os inquéritos obtidos e a população de catequistas estimadas não permite uma confiança, sequer, de 90%. Mas estes dados, por si, já são elucidativos. E a análise etnográfica dos sítios há-de elucidar mais.
Um outro dado a realçar é que a minha Diocese é a que tem mais respostas. E é simples, conhecem-me, pelo que se pode inferir que a Web, de certo modo, espelha também, e acrescido ao que falámos acima, aquilo que é a interacção presencial/física.

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