O amor de Deus é criador, pode fecundar e fazer germinar a vida. A Encarnação do Verbo de Deus é a etapa definitiva da criação.
É do coração da mulher que brota especialmente o amor virginal, realidade muito mais envolvente e totalizante que a virgindade física. Como se caracteriza esta amor virginal? Basílio de Cesareia, referindo-se às virgens cristãs, define-o assim: “Chamamos virgem àquela que, livremente, se oferece a Cristo Senhor, renunciou ao casamento e preferiu a vida na castidade”. O elemento decisivo do amor virginal não é a renúncia mas a entrega total de todo o ser, no corpo e no espírito, com todas as capacidades e desejos, ao amor de Cristo. Há renúncia, porque há entrega sem limites.
Como Maria gerou Cristo, fecundada pelo amor divino, a Igreja gera os seus filhos para serem santos; e o caminho da santidade é o amor virginal que supõe a entrega de todo o ser a Deus.
A luz anunciada por Isaías e a alegria dos pastores é, hoje, a nossa alegria de sermos membros da Igreja, deste Povo nascido do amor fecundo do Espírito de Deus e onde continuam a florir os lírios do amor virginal, fecundo como o de Maria. Nela, a Igreja reconhece-se como Esposa do Cordeiro, certa da sua fecundidade para continuar a gerar novos filhos de Deus.
Homilia do Cardeal Patriarca de Lisboa na noite de Natal 2012
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