Homilia de abertura da Semana Nacional da Educação Cristã

D. Manuel Pelino Domingues, vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé e bispo de Santarém, proferiu uma homilia no início da Semana Nacional da Educação Cristã, que decorreu entre os dias 29 de Setembro e 6 de Outubro, na qual referiu que ao longo da semana a igreja procura, através de várias iniciativas, sensibilizar os fiéis e as pessoas de boa vontade para a importância fundamental da educação cristã no desenvolvimento integral e harmonioso da pessoa humana. Na verdade, a fé conduz à esperança e ao amor e abre a porta para o mistério de Deus e do homem.

D. Manuel Pelino chama a atenção para o facto de a educação cristã deve ser assumida por todos nós. Primeiramente como destinatários: todos precisamos de educar a nossa própria fé para a guardar viva e irradiante. Depois, também, como educadores, pois todos nos guardamos uns aos outros na fé, como afirma o lema desta semana “Guardar a fé – Guardar o Outro”.

Todos somos discípulos que aprendem e seguem o mesmo mestre, Jesus Cristo, e, como discípulos, todos somos também responsáveis pela fé dos outros. Não como pessoas ou grupos isolados mas como membros activos da família e da comunidade cristã, a escola fundamental da educação da fé. Sem este apoio da família e da comunidade, onde a vida cristã se torna visível em gestos e sinais, pouca eficácia terá a acção dos catequistas ou de outros educadores da fé.
Educação cristã significa sair de si mesmo para seguir o caminho de Cristo ao encontro de Deus e dos outros.
Na visita a Lampedusa, O Papa Francisco criticou fortemente a indiferença aos outros, tão presente na nossa sociedade de bem-estar. Chamou-lhe a “globalização da indiferença”. Afirmou o papa: “A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos, torna-nos insensíveis aos gritos dos outros, faz-nos viver como se fôssemos bolas de sabão: estas são bonitas mas não são nada, são pura ilusão do fútil, do provisório. Esta cultura do bem-estar leva à indiferença a respeito dos outros; antes, leva à globalização da indiferença. Neste mundo da globalização, caímos na globalização da indiferença. Habituamo-nos ao sofrimento do outro, não nos diz respeito, não nos interessa, não é responsabilidade nossa!”
Guardar a fé é combater o individualismo fechado, a sensualidade egoísta, a indiferença, a indolência e o vazio humano.

Aprendamos com Maria Mãe de Jesus e nossa Mãe. Ela guardou a fé, pois guardou a Palavra de Deus e por ela orientou a sua vida. Guardou Jesus no seu crescimento em idade, sabedoria e graça. Guardou os discípulos apoiando-os no seguimento de seu filho e na preparação do Pentecostes. Peçamos-lhe que nos guarde também a nós para que a fé nos ilumine e nos disponha a guardarmo-nos uns aos outros.

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