Congresso Internacional de Catequese termina com apelos a renovação de linguagem e a «sério» catecumenato

A catequese deve hoje procurar renovar a forma de transmitir a fé, com novas abordagens de ensino, através de uma reformulação de palavras que facilitem a "compreensão" dos catequizados, numa adaptação à Nova Evangelização.

Se a Igreja embarcou num caminho da Nova Evangelização, a catequese não pode permanecer com as mesmas características do passado, mas deve renovar a sua forma de transmitir a fé, com novas abordagens de ensino, após um diagnóstico sério da situação da fé hoje e como educar, tomando em linha de conta o equilíbrio entre termos bíblicos doutrinais e a necessária reformulação das palavras que facilita a compreensão daqueles que são catequizados, sem trair o seu sentido profundo, pode ler-se no comunicado final do Congresso Internacional de Catequese (CIC).

O secretário do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, o arcebispo Octavio Ruiz Arenas, que apresentou o documento final, apontou o mundo digital e as redes sociais como "instrumentos" que a Igreja deve utilizar para " fazer ouvir a mensagem do Evangelho no mundo contemporâneo".

Os 1600 participantes reunidos desde quinta-feira, na sala Paulo VI, no Vaticano, ouviram dizer que ser catequista é uma vocação e não um trabalhou, que a pessoa transmissora de fé deve testemunhar permanentemente essa mesma fé, com criatividade.

O mundo de hoje exige dos catequistas uma grande criatividade, simplicidade de vida, espírito de oração, obediência e humildade, renúncia de si mesmo, muita generosidade e autêntica caridade para todos, em particular com os pobres, aponta o documento do CIC.

O congresso pediu aos catequistas um catecumenato sério, não só como preparação para o Baptismo, mas como um instrumento capaz de transformar de toda a vida das pessoas.

Os participantes reflectiram sobre a existência de "muitas pessoas que dizem não acreditar, desconhecendo o conteúdo da fé" e distanciando-se da Igreja, cabendo, por isso, aos catequistas a apresentação da pessoa de Cristo com clareza, confiança filial, com alegre segurança, com ardor e com humilde audácia.

O documento sublinha ainda que a catequese deve estar profundamente unida à liturgia, também que a Igreja é o primeiro sujeito de evangelização e que a transmissão de fé deve ser feita com palavras de vida e não com linguagem de simples refrão de sobrevivência.

Após a leitura das conclusões, D. Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, sem anunciar local e data do próximo encontro, referiu que "estes congressos não terminam", e que "temas e ideias" estão a "surgir" para dar continuidade ao trabalho.

Terminado o CIC, os 1600 catequistas participantes juntam-se aos cerca de 20 mil catequistas que são esperados para a Peregrinação dos Catequistas, que teve o seu início na manhã de Sábado com catequeses em algumas igrejas de Roma.

Durante a tarde os vários grupos são convidados a peregrinar ao túmulo do Apóstolo Pedro para a Professio Fidei, a profissão de fé que cada catequista é convidado a realizar nesta peregrinação.

Este Domingo, o Papa Francisco preside à Eucaristia que encerrará oficialmente o CIC dedicado aos catequistas e enquadrado nas comemorações do Ano da Fé.

Sem comentários: