Concurso para logotipo da JMJ Rio de Janeiro 2013

A criatividade ao serviço da evangelização. Esta é a proposta do concurso que irá escolher o logotipo da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio de Janeiro 2013. A ideia do concurso é estimular as pessoas de todo o mundo a mostrarem, com todo seu talento, o rosto jovem da Igreja. As propostas devem ser enviadas por correio (Sector de Comunicação do Instituto JMJ RIO / Rua Benjamin Constant, n° 23, 7° andar / Glória) até ao dia 31 de Outubro de 2011.

As cinco melhores propostas serão enviadas para o Pontifício Conselho para os Leigos, no Vaticano, a quem cabe a escolha do logotipo vencedor. A divulgação do logotipo está prevista para o dia 3 de Dezembro, numa celebração que será realizada no Santuário do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

As propostas devem ser inspiradas no tema da JMJ Rio de Janeiro 2013 - Ide e Fazei discípulos entre todas os povos (Mt 28, 9). O logotipo deverá também ser representativo do Rio de Janeiro, ser um desenho original e inédito, incluir as siglas JMJ2013, reflectir a identidade cristã do evento e deve conter uma cruz ou referência clara e inequívoca ao símbolo.



Início da Catequese, 1 de Outubro

No Sábado, dia 1 de Outubro, inicia-se a Catequese na Paróquia de Benfica com a celebração da Eucaristia, às 16h.

Contamos com a presença alegre de todos os catequizandos, crianças e adolescentes, e dos seus familiares. Sejamos presença viva em mais uma etapa no crescimento da fé.

Que benvindos são os pés dos que anunciam as boas novas! - Programa Diocesano de Pastoral 2011/2012

Assumindo a Palavra como luz para a vida acolhemos o convite de Jesus e dispomo-nos a seguir os seus passos nos caminhos de hoje com os irmãos e irmãs que prosseguem desbravando sendas de esperança e vida.

Que as marcas dos nossos passos sejam indicativas de caminhos de vida e de luz para os nossos catequizandos, para as famílias e para as nossas comunidades.

Que o ano pastoral que agora começa seja rico em iniciativa na catequese e na comunidade, capaz de transmitir a Boa Nova que enche a vida de paz, alegria, misericórdia e esperança.

Somos chamados a iniciar o ano pastoral apostando na unidade dos nossos programas e iniciativas a nível da paróquia e em comunhão com a Igreja Diocesana.

O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, escreve na introdução ao Programa Diocesano que a acção pastoral da Igreja tem de estar atenta, antes de mais, à vitalidade presente da Igreja diocesana e universal. O Santo Padre tem lançado à Igreja grandes desafios que, necessariamente, inspiram a nossa programação pastoral: a qualidade da Liturgia enquanto celebração da fé; a Palavra de Deus; a nova Evangelização; o testemunho da caridade.

A força da missão brota desta convivência com Jesus. Depois do Baptismo, esta intimidade com Cristo aprofunda-se sobretudo na celebração da Eucaristia.

Elemento decisivo na celebração litúrgica, a Palavra corporiza a missão evangelizadora, exprime a actualidade da relação amorosa de Deus com o Seu Povo, e molda a intimidadeda relação de cada comunidade e de cada cristão com o seu Senhor. Deus que nos fala, deseja que O escutemos. A Deus que fala é devida a obediência da fé.

Quem escuta a Palavra sabe que ela o pode transformar.

Se o "novo ardor" na fé que ela [a Nova Evangelização] exige, nos convida a aprofundar a comunhão com Cristo, na surpresa da oração, na generosidade da caridade e na ousadia da santidade, os novos métodos e expressões exigem uma leitura contínua da realidade humana da sociedade, para captar nela sinais e a ousadia de novas formas de missão.

É no realismo da caridade que a Palavra de Deus, que acolhemos na fé, se torna acontecimento. Assim a vida dos cristãos torna-se anúncio.

Festival Diocesano da Canção Cristã, 1 de Outubro



O Festival Diocesano da Canção Cristã realiza-se no dia 1 de Outubro, Sábado, pelas 21h, no Auditório do Colégio dos Maristas de Carcavelos. Participam neste festival os vencedores dos festivais realizados em todas as vigararias do Patriarcado de Lisboa. O tema deste festival é o mesmo das Jornadas Mundiais da Juventude, Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé.

Esta é a primeira actividade de âmbito diocesano, destinada aos jovens, depois do encontro mundial dos jovens com o Santo Padre, em Madrid.

Firmes na fé, caminhemos sempre com Cristo.

Horários da Catequese 2011/2012

No ano pastoral 2011/2012, a nossa Catequese Paroquial irá funcionar nos seguintes horários:

  • 1º Catecismo: 2ª feira, às 19h; 5ª feira, às 18h e 19h; Sábado, às 15h.
  • 2º Catecismo: 2ª feira, às 18h e 19h; 3ª feira, às 19h; Sábado, às 15h.
  • 3º Catecismo: 3ª feira, às 18h; 4ª feira, às 18h; 5ª feira, às 18h e 18h30; Sábado, às 15h.
  • 4º Catecismo: 2ª feira, às 19h; 3ª feira, às 18h; 4ª feira, às 18h e 19h; Sábado, às 15h.
  • 5º Catecismo: 3ª feira, às 18h; 4ª feira, às 18h e 19h; Sábado, às 15h.
  • 6º Catecismo: 2ª feira, às 18h e 19h; 4ª feira, às 19h; 5ª feira, às 18h; Sábado, às 15h.
  • 7º Catecismo: 3ª feira, às 19h.
  • 8º Catecismo: 2ª feira, às 19h.
  • 9º Catecismo: 4ª feira, às 19h.
  • 10º Catecismo / Pastoral Juvenil: 6ª feira, às 21h.
A Missa da Catequese realiza-se aos Sábados, às 16h15.

A Catequese tem início na Missa, no dia 1 de Outubro, Sábado, às 16h.

As inscrições para a Catequese realizam-se entre os dias 19 e 23 de Setembro, das 18h às 19h30, no espaço da Catequese. Podem inscrever-se na Catequese todas as crianças e jovens, Baptizados ou não, que completem pelo menos 6 anos até ao final do ano de 2011.

Preparação de adultos para o Sacramento do Crisma

Estão abertas inscrições para a preparação de adultos para o Sacramento do Crisma. Podem inscrever-se todos os adultos Baptizados que ainda não são crismados.

A preparação de adultos terá início em Outubro, em dia a indicar. As inscrições deverão ser feitas no secretariado e recepção da Paróquia e deverão ser acompanhadas de documento comprovativo de Baptismo apenas no caso de terem sido Baptizados noutra Paróquia.

Que o Espírito Santo guie todos os que vão iniciar esta caminhada para que tenham um coração disponível para receber os dons de Deus.

Sessão de testemunhos JMJ

No próximo Domingo, 18 de Setembro, pelas 16h, no Salão Paroquial, os jovens da nossa paróquia que participaram nas Jornadas Mundias da Juventude em Madrid vão oferecer a toda a comunidade uma sessão de testemunhos.

Estamos todos convidados a participar e acolher o testemunho alegre dos jovens.

Reunião Geral de Catequistas 17 de Setembro

Os Catequistas da nossa Paróquia encontram-se no dia 17 de Setembro, Sábado, em reunião geral de Catequistas com o Prior. O encontro inicia-se às 16h, com interrupção para participação na Missa das 19h, retomando-se o encontro após um jantar de convívio.

Demos graças ao Senhor por nos chamar a fazer parte deste ministério evangelizador. Que o nosso coração esteja sempre disponível para O servir com alegria, entrega e gratuidade.

Inscrições para a Catequese 2011/2012

Entre os dias 19 e 23 de Setembro, das 18h às 19h30 vão estar abertas as inscrições para a Catequese Paroquial de Benfica.

Esta fase de inscrições é para todas as crianças e jovens que vão frequentar a Catequese, na Paróquia de Benfica, no ano pastoral 2011/2012.

Podem inscrever-se na Catequese todas as crianças e jovens, Baptizados ou não, que completem pelo menos 6 anos até ao final do ano de 2011.

As inscrições de crianças ou jovens, já Baptizados, que vão frequentar pela primeira vez a Catequese na Paróquia de Benfica, devem ser acompanhadas de uma fotocópia da Cédula de Vida Cristã ou de um comprovativo de Baptismo.

Juntemo-nos neste caminho alegre de encontro com Cristo. Que possamos todos juntos aprender a ser bons cristãos.

JMJ Madrid 2011: Cerimónia de despedida no Aeroporto de Madrid




E não posso deixar de agradecer com todo o coração aos jovens por terem vindo a esta Jornada, pela sua participação alegre, entusiasta e vigorosa. Digo-lhes: obrigado e parabéns pelo testemunho que destes em Madrid e no resto das cidades espanholas onde estivestes. Convido-vos agora a difundir por todos os cantos do mundo a feliz e profunda experiência de fé que vivestes neste nobre País. Transmiti a vossa alegria especialmente a quantos quiseram vir e pelas mais diversas circunstâncias não o puderam fazer, a tantos que rezaram por vós e a quantos a própria celebração da Jornada tocou o coração. Com a vossa solidariedade e testemunho, ajudai os vossos amigos e companheiros a descobrirem que amar Cristo é viver em plenitude.

A festa da fé que compartilhamos permite-nos olhar em frente com muita confiança na Providência, que guia a Igreja pelos mares da história; por isso permanece jovem e cheia de vitalidade, mesmo enfrentando árduas situações. Isto é obra do Espírito Santo, que torna presente Jesus Cristo nos corações de jovens de cada época e, deste modo, lhe mostra a grandeza da vocação divina de todo o ser humano. Pudemos comprovar também como a graça de Cristo derruba os muros e franqueia as fronteiras que o pecado levanta entre os povos e as gerações, para fazer de todos os homens uma só família que se reconhece unida no único Pai comum, e que cultiva com o seu trabalho e respeito tudo o que Ele nos deu na criação.

Os jovens respondem com prontidão quando se lhes propõe, com sinceridade e verdade, o encontro com Jesus Cristo, único Redentor da humanidade. Agora regressam às suas casas como missionários do Evangelho, «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» e terão necessidade de ajuda no seu caminho. Por isso confio, de modo particular aos Bispos, sacerdotes, religiosos e educadores cristãos, o cuidado da juventude que deseja responder com entusiasmo ao chamado do Senhor. Não há que desanimar com as contrariedades que, de diversos modos, se apresentam nalguns países. Mais forte do que todas elas é o anseio de Deus, que o Criador colocou no coração dos jovens, e o poder do Alto, que concede fortaleza divina aos que seguem o Mestre e a quantos buscam n’Ele alimento para a vida. Não tenhais medo de apresentar aos jovens a mensagem de Jesus Cristo em toda a sua integridade e convidá-los para os sacramentos, pelos quais nos torna participantes da sua própria vida.

Que a alegria do Senhor inunde sempre os vossos corações.



JMJ Madrid 2011: Encontro com os voluntários




Muitos de vós tiveram de renunciar à participação directa nos actos celebrativos, ocupados como estáveis com outras tarefas da sua organização. Mas esta renúncia constituiu uma forma bela e evangélica de participar na Jornada: a da entrega aos outros, de que fala Jesus. De certo modo, tornastes realidade estas palavras do Senhor; «Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos» (Mc 9, 35). Tenho a certeza de que esta experiência como voluntário vos enriqueceu a todos na vossa vida cristã, que é fundamentalmente um serviço de amor. O Senhor transformará a vossa fadiga acumulada, as preocupações e a pressão de muitos momentos, em frutos de virtudes cristãs: paciência, mansidão, alegria de se dar aos outros, disponibilidade para cumprir a vontade de Deus. Amar é servir, e o serviço aumenta o amor. Penso que este seja um dos frutos mais belos da vossa contribuição para a Jornada Mundial da Juventude. Mas esta colheita não beneficia apenas a vós, mas à Igreja inteira que, com mistério de comunhão, se enriquece com o contributo de cada um dos seus membros.

Agora, ao voltardes para a vossa vida de todos os dias, animo-vos a guardardes no vosso coração esta experiência feliz e a crescerdes cada vez mais na entrega de vós mesmos a Deus e aos homens. É possível que, em tantos de vós, se tenha levantado, débil ou poderosamente, esta pergunta muito simples: O que Deus quer de mim? Qual é o desígnio de Deus para a minha vida? Não poderia eu gastar a minha vida inteira na missão de anunciar ao mundo a grandeza do seu amor através do sacerdócio, da vida consagrada ou do matrimónio? Se vos veio esta inquietação, deixai-vos conduzir pelo Senhor e oferecei-vos como voluntário ao serviço d’Aquele que «não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos» (Mc 10, 45). E a vossa vida alcançará uma plenitude que nem suspeitais. Talvez alguém esteja a pensar: O Papa veio para nos agradecer, e deixa-nos com um pedido! Sim, é mesmo assim! Esta é a missão do Papa, Sucessor de Pedro. Não esqueçais que Pedro, na sua primeira carta, recorda aos cristãos o preço com que forma resgatados: o do sangue de Cristo (cf. 1 Ped 1, 18-19). Quem avalia a sua vida a partir desta perspectiva sabe que ao amor de Cristo só se pode responder com amor; e é isto mesmo que vos pede o Papa agora na despedida: que respondais com amor a Quem por amor Se entregou por vós. De novo obrigado, e que Deus sempre vos acompanhe!


 

Entrevista do Seminarista Pedro Nóbrega ao portal do Padre Hugo Martins



Quem é Pedro Nóbrega?
Antes de mais olá a todos aqueles que leem esta entrevista. Quando falamos de nós corremos um grande risco que é o de sermos um pouco narcisistas mas vou procurar resumidamente contar um pouco do que sou. Tenho 24 anos, sou seminarista a caminho do diaconado, sou natural da Camacha, uma terra na bela Ilha da Madeira.
Neste momento tenho o curso de Teologia quase terminado e sinto-me certo de que o caminho de Deus para mim passa realmente pelo Sacerdócio Ministerial.
Estou neste momento a estudar em Lisboa no seminário dos Olivais, mas quando fôr ordenado o meu serviço será na Igreja do Funchal.
Porque é que aceitaste participar nas JMJ?
Sempre olhei às JMJ como um sonho, como um objectivo. Sempre vi como uma vontade possível. Este ano, fazendo trabalho pastoral na paróquia de Nossa Senhora do Amparo – Benfica, fui convidado a acompanhar jovens que tinham nas JMJ o seu grande objectivo. Foi assim, na disponibilidade e no serviço que aceitei fazer parte deste sonho de Deus para as nossas vidas.
O que levaste na mochila para partilhar nas JMJ?
Levava uma coisa que achava essencial, quer para mim quer para todos os outros que comigo partilhavam esta peregrinação. A certeza de que Deus ia tocar os nossos corações. Levava também o receio de que algo falhasse, de não conseguir viver este presente de Deus totalmente. Além disto levava a responsabilidade do testemunho, não que não o tivesse que dar noutras alturas, mas um testemunho que pudesse fazer os miúdos crer ainda mais que o nosso objectivo não era simplesmente Madrid, mas era Cristo, era a Igreja era o Papa.
Que momentos te marcaram mais nas JMJ?
Houve muitos momentos que me tocaram, desde celebrações litúrgicas a actos mais informais. Mas recordado assim por alto dois ou três: A vigília em Cuatro Vientos, onde senti uma espécie de Teofania, tinha a certeza de que apesar de tudo Deus estava ali do lado daquela multidão. Outro momento muito marcante foi a Missa de Abertura, onde me senti agraciado por Deus e certo de que depois de todos os esforços a recompensa estava dada por Ele. Ler num momento como foi as Laudes da Missa do Papa com os seminaristas também foi marcante.
Tivemos outro momento muito especial, vimos o musical Wojtyla, momento emocionante e que a todos nos tocou, pois recordamos aquele homem que deu inicio a este grande acontecimento!
Sentes-te mais próximo de Cristo depois das JMJ?
Sim, sem duvida, sinto-me cada vez mais próximo de Cristo e como dizia atrás tenho a certeza de que o meu caminho passa por dar-lhe toda a minha vida! Quero ser Padre e sinto que as JMJ vieram iluminar ainda mais a certeza do meu coração.
Que recordas de Bento XVI?
A sua cara sempre querida quando passava pelas ruas, as suas palavras, mas sobretudo a sua perseverança na noite da vigília durante aqueles minutos em que os trovões, a chuva e o vento quiseram reinar. Aí sim, mostrou a valentia, e como ele disse passou uma grande aventura, que para mim se revelou num grande testemunho.
Esta é a juventude do Papa, esta certeza ficou assente na escuridão daquela noite que pouco depois se iluminou com a presença de Cristo em Corpo!
Recomendarias a participação dos teus jovens amigos numa JMJ? Porquê?
Sem dúvida, é o momento por excelência da comunhão da Igreja num único espaço. É o momento onde o turbilhão de emoções se confunde com a presença real da Trindade. É um tempo propicio para refazer a vida e caminhar mais na certeza de que Cristo é Rei e de que no mundo apesar das tribulações não devemos temer nada porque há um, Cristo que já o venceu!




JMJ Madrid 2011: Celebração Eucarística conclusiva





O Senhor vos quer bem e vos chama seus amigos (cf. Jo 15, 15). Ele vem ter convosco e deseja acompanhar-vos no vosso caminho, para vos abrir as portas duma vida plena e tornar-vos participantes da sua relação íntima com o Pai.

A fé, porém, não é fruto do esforço do homem, da sua razão, mas é um dom de Deus: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu». Tem a sua origem na iniciativa de Deus, que nos desvenda a sua intimidade e nos convida a participar da sua própria vida divina. A fé não se limita a proporcionar alguma informação sobre a identidade de Cristo, mas supõe uma relação pessoal com Ele, a adesão de toda a pessoa, com a sua inteligência, vontade e sentimentos, à manifestação que Deus faz de Si mesmo. Deste modo, a pergunta de Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?», no fundo está impelindo os discípulos a tomarem uma decisão pessoal em relação a Ele. Fé e seguimento de Cristo estão intimamente relacionados.

E, dado que supõe seguir o Mestre, a fé tem que se consolidar e crescer, tornar-se mais profunda e madura, à medida que se intensifica e fortalece a relação com Jesus, a intimidade com Ele.

Queridos jovens, Cristo hoje também se dirige a vós com a mesma pergunta que fez aos apóstolos: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Respondei-Lhe com generosidade e coragem, como corresponde a um coração jovem como o vosso. Dizei-Lhe: Jesus, eu sei que Tu és o Filho de Deus que deste a tua vida por mim. Quero seguir-Te fielmente e deixar-me guiar pela tua palavra. Tu conheces-me e amas-me. Eu confio em Ti e coloco nas tuas mãos a minha vida inteira. Quero que sejas a força que me sustente, a alegria que nuca me abandone.

A Igreja não é uma simples instituição humana, como outra qualquer, mas está intimamente unida a Deus. O próprio Cristo Se refere a ela como a «sua» Igreja. Não se pode separar Cristo da Igreja, tal como não se pode separar a cabeça do corpo (cf. 1 Cor 12, 12). A Igreja não vive de si mesma, mas do Senhor. Ele está presente no meio dela e dá-lhe vida, alimento e fortaleza.

Queridos jovens, permiti que, como Sucessor de Pedro, vos convide a fortalecer esta fé que nos tem sido transmitida desde os apóstolos, a colocar Cristo, Filho de Deus, no centro da vossa vida. Mas permiti também que vos recorde que seguir Jesus na fé é caminhar com Ele na comunhão da Igreja. Não se pode, sozinho, seguir Jesus. Quem cede à tentação de seguir «por conta sua» ou de viver a fé segundo a mentalidade individualista, que predomina na sociedade, corre o risco de nunca encontrar Jesus Cristo, ou de acabar seguindo uma imagem falsa d’Ele.

Peço-vos, queridos amigos, que ameis a Igreja, que vos gerou na fé, que vos ajudou a conhecer melhor Cristo, que vos fez descobrir a beleza do Seu amor. Para o crescimento da vossa amizade com Cristo é fundamental reconhecer a importância da vossa feliz inserção nas paróquias, comunidades e movimentos, bem como a participação na Eucaristia de cada domingo, a recepção frequente do sacramento do perdão e o cultivo da oração e a meditação da Palavra de Deus.

É impossível encontrar Cristo, e não O dar a conhecer aos outros. Por isso, não guardeis Cristo para vós mesmos. Comunicai aos outros a alegria da vossa fé. O mundo necessita do testemunho da vossa fé; necessita, sem dúvida, de Deus.

Que todos na Igreja, pastores e fiéis, nos aproximemos de dia para dia sempre mais do Senhor, para crescermos em santidade de vida e darmos assim um testemunho eficaz de que Jesus Cristo é verdadeiramente o Filho de Deus, o Salvador de todos os homens e a fonte viva da sua esperança.

Angelus

Convido-vos a dar um testemunho destemido de vida cristã diante dos outros. Assim sereis fermento de novos cristãos e fareis com que a Igreja se levante robusta no coração de muitos.

Não posso deixar de vos confessar que estou verdadeiramente impressionado com o número de Bispos e sacerdotes presentes nesta Jornada. Agradeço-lhes a todos do fundo da alma, animando-lhes, ao mesmo tempo, a continuar cultivando a pastoral juvenil com entusiasmo e dedicação.

Queridos amigos, como Sucessor de Pedro confio a todos os presentes esta insigne incumbência: Levai o conhecimento e o amor de Cristo ao mundo inteiro. Ele quer que sejais os seus apóstolos no século XXI e os mensageiros da sua alegria. Não O desiludais!

Hoje Cristo pede-vos para permanecerdes radicados n’Ele e, com a sua ajuda, edificar a vossa vida sobre a rocha que é Ele mesmo. Ele vos envia para serdes testemunhas corajosas e sem complexos, autênticas e credíveis! Não tenhais medo de ser católicos e dar sempre testemunho disso mesmo ao vosso redor com simplicidade e sinceridade. Que a Igreja encontre em vós e na vossa juventude os missionários radiosos da Boa Nova!

Crer significa entrar numa relação pessoal com Jesus e viver a amizade com Ele em comunhão com os demais, na comunidade da Igreja. Confiai a Cristo a vossa vida e ajudai os vossos amigos a alcançar a fonte da vida, Deus. Que o Senhor vos torne testemunhas alegres do seu amor.




Entrevista da Catequista Rute Milho ao jornal Voz da Verdade




JMJ: Mais firmes na fé para umas jornadas que continuam

Comunhão e força do Espírito Santo são duas características apontadas pela jovem Rute Milho sobre a sua experiência de participação das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), realizadas entre 16 e 21 de Agosto, em Madrid.

Rute tem 24 anos, é licenciada em engenharia e gestão industrial, animadora juvenil na paróquia de Nossa Senhora do Amparo de Benfica, e frequenta a formação de animadores do Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa. Juntamente com mais 39 jovens da sua paróquia, aceitou o desafio de participar nas JMJ. “Esta foi a primeira vez que participei numas Jornadas Mundiais da Juventude e foi uma semana muito marcante. Juntos, vivemos um grande espírito de comunhão e de sacrifício, uns pelos outros, e via-se claramente no rosto de cada jovem que nos rodeava, uma grande alegria e uma grande felicidade por estar ali”, disse ao Jornal VOZ DA VERDADE.

Para os jovens de Lisboa, a jornada iniciou-se no dia 15 de Agosto. Nesse mesmo dia, D. José Policarpo celebrava o seu jubileu sacerdotal e, por isso mesmo, reuniu à sua volta os mais de dois mil jovens que iam para Madrid, numa celebração nos Jerónimos (ver páginas 2-3). Para Rute Milho, esta celebração “foi o primeiro contacto com todos os outros jovens” que iam participar nas JMJ e “o ponto de partida” para a semana que viria a marcar muitas vidas.

Lisboa – Fátima – Madrid
Após a celebração, faz-se festa junto ao Mosteiro dos Jerónimos. Depois das despedidas e das últimas recomendações de alguns pais, amigos e até de alguns párocos que não quiseram deixar de estar presentes junto dos seus jovens, dezenas de autocarros iniciam a marcha até Fátima. Ali, houve lugar para um jantar simples, uma celebração de envio e o retomar de um caminho que se iria prolongar pela noite dentro, rumo à capital espanhola. “A viagem foi praticamente sem dormir, o que nos deixou bastante cansados”, conta a jovem Rute. “Mas também fazia parte deste espírito de sacrifício que precisávamos de ter”, assume.

A chegada a Madrid aconteceu por volta das 9 horas da manhã do dia 16. Da parte da tarde, já depois do almoço nos restaurantes que tinham acordo de parceria com a organização e que estavam devidamente assinalados, Rute e os jovens da paróquia de Benfica decidiram aproveitar o tempo para conhecer um pouco a cidade de Madrid e descansar. “No Parque do Retiro descansou-se um pouco, mas no mesmo espaço havia a Festa do Perdão, com muitos confessionários onde os jovens se podiam confessar. Havia também uma Feira Vocacional que aproveitámos para conhecer”.

Sobre esta possibilidade dos jovens poderem recorrer ao Sacramento da Confissão nas jornadas diz: “Vi muita gente que certamente não tem o hábito de se confessar e que vinham com outro rosto, com vontade de dar um abraço a outras pessoas, muito reconfortadas e sentindo-se melhor interiormente. Alguns partilhavam que tinham receio de se confessar, não sabiam como seria a confissão… e depois, nós víamos que vinham diferentes”.

A geração de Bento XVI
No final do dia, a Praça de Cibeles acolhe a primeira multidão de jovens destas jornadas. A celebração eucarística presidida pelo Cardeal Rouco Varela, arcebispo de Madrid e presidente da Conferência Episcopal Espanhola, inaugura a 26ª edição das Jornadas Mundiais da Juventude. Na homilia, referiu que os jovens que vêm a Madrid às JMJ de 2011 “são a geração de Bento XVI”, uma geração em que “os problemas e circunstâncias de vida mudaram”. Sobre esta missa de abertura das JMJ, refere Rute que, apesar do cansaço saiu daquela celebração “com uma força e energia novas. Foi um alimento que me deu força para toda a semana. Aí consegui entrar no verdadeiro espírito das jornadas”, confessa.

É possível uma relação de amor
Na quarta-feira, dia 17 de Agosto, um novo dia começa. De acordo com o programa preparado decorriam um pouco por toda a cidade diversas catequeses dos bispos, nas várias línguas.”As catequeses eram próximas dos vários alojamentos, de acordo com as línguas de expressão e a nossa foi com o Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos. Houve ainda uma sessão de testemunhos que nos marcou muito”, acrescenta. “Sobretudo porque ouvimos uma jovem deficiente falar, de forma muito simples, sobre o amor de Deus. Deixou-nos a todos a pensar porque alguém que, devido à sua condição de debilidade certamente teve alguns problemas de exclusão e descriminação na sociedade. E a forma bela como falou do amor de Deus foi algo que nos tocou a todos e naquele dia toda a gente falava sobre esse testemunho”, conta Rute Milho à VOZ DA VERDADE.

Na quinta-feira, dia da chegada de Bento XVI a Madrid, os mais de 10 mil jovens portugueses presentes nas JMJ reuniram-se para o encontro com os bispos portugueses e a Catequese com o Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo. No Arena Madrid, a Banda Jota – grupo musical católico da Diocese da Guarda – animava aquele que viria a ser um encontro onde se iriam partilhar experiências e vivências de Jornadas Mundiais da Juventude. “Tivemos de acordar cedo para estar naquele encontro, mas a animação da Banda Jota despertou-nos”, diz Rute destacando a importância das palavras que ouviu do Cardeal-Patriarca de Lisboa. Neste encontro, que concluiu com celebração eucarística, D. José Policarpo defendeu que “é preciso resolver no coração o desafio de Deus”, lembrando aos jovens que mais do que tentar “compreender tudo, ter resposta para todas as perguntas”, é preciso pensar primeiro que “uma relação maravilhosa de amor é possível com Ele”.

Para a jovem Rute, as palavras do Cardeal-Patriarca “foram importantes porque conseguiu pôr muita gente a reflectir”. A jovem de Benfica partilha a sua experiência. “O que ficou registado em mim é que independentemente do caminho que escolhermos e das nossas opções, temos sempre de ter presente a nossa capacidade de amar. Foi uma mensagem que passou e penso que falou muito próximo dos jovens. O amor que temos de pôr em tudo aquilo que fazemos é o que nos distingue, senão, não faz sentido aquilo que fazemos”.

“Não vos envergonheis do Senhor”
No final da tarde daquela quinta-feira, acontecia o primeiro encontro do Papa Bento XVI com os jovens. Antes do encontro na Praça de Cibeles, Bento XVI à chegada no Aeroporto resumia em poucas palavras o sentido da sua visita: “Venho aqui para me encontrar com milhares de jovens de todo o mundo, católicos, interessados por Cristo ou à procura da verdade que dê sentido genuíno à sua existência. Chego como Sucessor de Pedro para confirmar todos na fé, vivendo alguns dias de intensa actividade pastoral para anunciar que Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Que nada e ninguém vos tire a paz; não vos envergonheis do Senhor”, exorta o Papa Bento XVI.

Já na Praça de Cibeles, afirmava em língua portuguesa: “Sede prudentes e sábios, edificai as vossas vidas sobre o alicerce firme que é Cristo. Esta sabedoria e prudência guiará os vossos passos, nada vos fará tremer e, em vosso coração, reinará a paz”. Rute recorda-se bem deste primeiro encontro com o Papa, ainda que à distância. “Não conseguimos estar na Praça de Cibeles porque não havia espaço para tanta gente, mas conseguimos ficar num lugar onde vimos passar o Santo Padre e depois o pudemos ouvir. Recordo quando o Papa, falando em português, disse que os jovens precisavam da Igreja e a Igreja dos jovens”.

Na sexta-feira continuaram as catequeses com os bispos portugueses. Nesse dia, Rute participou na catequese orientada por D. Manuel Quintas, Bispo do Algarve. “Foi uma catequese mais interactiva connosco. Falando-nos sobre o ser testemunha e o testemunho, o Bispo do Algarve disse-nos que para conseguirmos ser testemunhas temos que viver, não basta ver e ouvir”, recorda.

Neste dia, Bento XVI encontra-se, de manhã, com jovens religiosas no Mosteiro de São Lourenço do Escorial (ver página 13). À tarde, num encontro com professores universitários, pede que não se perca “jamais a sensibilidade e encanto pela verdade”, não esquecendo que “o ensino não é uma simples transmissão de conteúdos”.

No final do dia, o Papa preside à celebração da Via-Sacra. “Este foi um dos momentos altos destas jornadas”, diz-nos Rute. Na Via-Sacra, Bento XVI lembrava que “a paixão de Cristo incita-nos a carregar sobre os nossos ombros o sofrimento do mundo, com a certeza de que Deus não é alguém distante ou alheio ao homem e às suas vicissitudes”. Para a jovem da paróquia de Benfica, “as meditações foram muito profundas e, para além dessa profundidade, foi feito um paralelismo com vários aspectos da sociedade e de situações de vida que jovens como nós vivem. Foi o viver com esses jovens que estão a sofrer a sua cruz”.

No sábado, dia 20, Bento XVI celebrava Eucaristia com os seminaristas e o dia estava destinado à preparação de outro dos momentos altos das JMJ: a Vigília no Aeródromo de Quatro Ventos. De manhã, era necessário fazer o percurso de 8 quilómetros até aquele lugar, mas o caminho teve de ser percorrido mais tarde. “Tivemos de esperar pelos seminaristas Pedro e Samuel que tinham ido à missa com o Santo Padre”, revelou Rute. “O Pedro e o Samuel são dois seminaristas do Seminário dos Olivais que fazem a sua formação pastoral na paróquia de Benfica e acompanharam também o nosso grupo, além de outros seminaristas do Seminário de São José de Caparide”. Por isso, em vez de fazer o caminho durante a manhã fizeram-no à tarde. “Decidimos fazer o percurso a pé, evitando os transportes porque pensámos que entraríamos mais no espírito de peregrinação. E todo o grupo conseguiu lá chegar!”, conta Rute. Mas “o mais interessante foi o espírito de entreajuda nos elementos do grupo”.


A vossa força é mais poderosa que a chuva
A noite cai, Bento XVI chega ao Aeródromo de Quatro Ventos e durante a Vigília levanta-se um temporal de chuva e vento, agitando a enorme multidão. Mas a persistência e a vontade de estar com Papa era maior e os mais de um milhão de jovens não arredou pé daquele lugar. Molhados, mas demonstrando felicidade e alegria, permaneceram junto do sucessor de Pedro em ambiente de profunda oração. Um ambiente que se prolongou durante a exposição do Santíssimo Sacramento, em profundo silêncio. “A exposição do Santíssimo Sacramento foi um momento impressionante porque dois milhões de jovens faziam silêncio, ao mesmo tempo, sem se ouvir um único ruído”, testemunha Rute.

“Obrigado pela vossa alegria e pela vossa resistência! “ afirmava o Santo Padre. “A vossa força é mais poderosa que a chuva. Obrigado! O Senhor, com a chuva, mandou-nos muitas bênçãos. Também nisto, sois um exemplo”.

Terminada a Vigília é preciso tempo para descansar. O cansaço acumulado de vários dias já começa a sobressair e por isso mesmo, dormir não é difícil. “O cansaço era tanto que nós até dormíamos em cima de pedras”, brinca Rute.

As jornadas continuam
Com o amanhecer de um novo dia, as jornadas estão a terminar. Bento XVI vai presidir à missa de encerramento mas na consciência daqueles jovens soava algo: “Sabíamos que era o último momento das jornadas, mas também que seria o ponto de partida para as jornadas diárias que somos chamados a viver nas nossas paróquias. Tínhamos a consciência que as jornadas não terminavam ali, e só fazia sentido aquela semana toda se, depois, continuassem nas nossas vidas e no nosso dia-a-dia. Por isso mesmo, recordo dessa missa o Santo Padre ter dito que a nossa fé só faz sentido com a fé dos outros, e que também não a podemos viver isoladamente”, assegura a jovem Rute Milho.

Na homilia, Bento XVI apela a uma resposta com “generosidade e coragem”. “Dizei-Lhe: Jesus, eu sei que Tu és o Filho de Deus que deste a tua vida por mim. Quero seguir-Te fielmente e deixar-me guiar pela tua palavra. Tu conheces-me e amas-me. Eu confio em Ti e coloco nas tuas mãos a minha vida inteira. Quero que sejas a força que me sustente, a alegria que nuca me abandone”.

Para Rute, esta missa não foi o terminar mas o inicio de outras jornadas. Por isso, diz, que agora na sua paróquia “os desafios são muitos e passa por construir um programa de trabalho com os jovens, para continuar o percurso realizado. Temos sede de ir mais além e percebemos isso pela avaliação que cada um fez”.

Sobre a sua experiência pessoal de JMJ, diz: “Venho de lá mais enraizada na minha fé. Ao ver a fé de tantos jovens juntos é impossível a minha ficar na mesma. Por isso venho de lá mais firme na fé e com grande felicidade”.

Em 2013, será o Rio de Janeiro, no Brasil, a acolher a Jornada Mundial da Juventude e Rute assegura desde já: Quero ir!.

JMJ Madrid 2011: Visita à fundação Instituto São José e Vigília de oração com os jovens




Visita à Fundação Instituto São José

A juventude, como recordei outras vezes, é a idade em que a vida se revela à pessoa em toda a riqueza e plenitude das suas potencialidades, incitando à busca de metas mais altas que dêem sentido à mesma. Por isso, quando o sofrimento assoma ao horizonte duma vida jovem, ficamos desconcertados e talvez nos interroguemos: Poderá a vida continuar a ser grande, quando irrompe nela o sofrimento? A este respeito, escrevi na minha encíclica sobre a esperança cristã: «A grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre. (…) Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem e não é capaz de contribuir, mediante a compaixão, para fazer com que o sofrimento seja compartilhado e assumido mesmo interiormente é uma sociedade cruel e desumana» (Spe salvi, 38).

Estas testemunhas falam-nos, antes de mais nada, da dignidade de cada vida humana, criada à imagem de Deus. Nenhuma aflição é capaz de apagar esta efígie divina gravada no mais fundo do homem. E não só: desde que o Filho de Deus quis abraçar livremente a dor e a morte, a imagem de Deus é-nos oferecida também no rosto de quem padece. Esta predilecção especial do Senhor por quem sofre leva-nos a contemplar o outro com olhos puros, para lhe dar, além das coisas exteriores que precisa, aquele olhar de amor que necessita. Mas isso, só é possível realizá-lo como fruto de um encontro pessoal com Cristo. Bem conscientes disto sois vós, religiosos, familiares, profissionais da saúde e voluntários que viveis e trabalhais diariamente com estes jovens. A vossa vida e dedicação proclamam a grandeza a que é chamado o homem: compadecer-se e acompanhar quem sofre, como o fez o próprio Deus. E, no vosso maravilhoso trabalho, ressoam também estas palavras evangélicas: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40).

A nossa sociedade – onde demasiadas vezes se põe em dúvida a dignidade inestimável da vida, de cada vida – precisa de vós: vós contribuís decididamente para edificar a civilização do amor. Mais ainda, sois protagonistas desta civilização. E, como filhos da Igreja, ofereceis ao Senhor as vossas vidas, com as suas penas e as suas alegrias, colaborando com Ele e entrando, de algum modo, «a fazer parte do tesouro de compaixão de que o género humano necessita» (Spe salvi, 40).

Vigília de oração com os jovens

Como pode um jovem ser fiel à fé cristã e continuar a aspirar a grandes ideais na sociedade actual? No evangelho que escutámos, Jesus dá-nos uma resposta a esta importante questão: «Assim como o Pai Me tem amor, assim Eu vos amo a vós. Permanecei no meu amor» (Jo 15, 9).

Sim, queridos amigos, Deus ama-nos. Esta é a grande verdade da nossa vida e que dá sentido a tudo o mais. Não somos fruto do acaso nem da irracionalidade, mas, na origem da nossa existência, há um projecto de amor de Deus. Assim permanecer no seu amor significa viver radicados na fé, porque esta não é a simples aceitação dumas verdades abstractas, mas uma relação íntima com Cristo que nos leva a abrir o nosso coração a este mistério de amor e a viver como pessoas que se sabem amadas por Deus.

Se permanecerdes no amor de Cristo, radicados na fé, encontrareis, mesmo no meio de contrariedades e sofrimentos, a fonte do júbilo e a alegria. A fé não se opõe aos vossos ideais mais altos; pelo contrário, exalta-os e aperfeiçoa-os. Queridos jovens, não vos conformeis com nada menos do que a Verdade e o Amor, não vos conformeis com nada menos do que Cristo.

Convido-vos a pedir a Deus que vos ajude a descobrir a vossa vocação na sociedade e na Igreja e a perseverar nela com alegria e fidelidade. Vale acolher dentro de nós o chamado de Cristo e seguir com coragem e generosidade o caminho que Ele nos proponha.

A muitos, o Senhor chama ao matrimónio, no qual um homem e uma mulher, formando uma só carne (cf. Gn 3, 24), se realizam numa profunda vida de comunhão. É um horizonte de vida ao mesmo tempo luminoso e exigente; um projecto de amor verdadeiro, que se renova e consolida cada dia, partilhando alegrias e dificuldades, e que se caracteriza por uma entrega da totalidade da pessoa. Por isso, reconhecer a beleza e bondade do matrimónio significa estar conscientes de que o âmbito adequado à grandeza e dignidade do amor matrimonial só pode ser um âmbito de fidelidade e indissolubilidade e também de abertura ao dom divino da vida.

A outros, diversamente, Cristo chama-os a segui-Lo mais de perto no sacerdócio ou na vida consagrada. Como é belo saber que Jesus vem à tua procura, fixa o seu olhar em ti e, com a sua voz inconfundível, diz também a ti: «Segue-Me» (cf. Mc 2, 14).

Queridos jovens, para descobrir e seguir fielmente a forma de vida a que o Senhor chama cada um de vós, é indispensável permanecer no seu amor como amigos. E, como se mantém a amizade se não com o trato frequente, o diálogo, o estar juntos e o partilhar anseios ou penas? Dizia Santa Teresa de Ávila que a oração não é outra coisa senão «tratar de amizade – estando muitas vezes tratando a sós – com Quem sabemos que nos ama» (Livro da Vida, 8).

Convido-vos, pois, a ficardes agora em adoração a Cristo, realmente presente na Eucaristia; a dialogar com Ele, a expor na sua presença as vossas questões e a escutá-Lo. Queridos amigos, rezo por vós com toda a minha alma; suplico-vos que rezeis também por mim. Peçamos-Lhe, ao Senhor, nesta noite que, atraídos pela beleza do seu amor, vivamos sempre fielmente como seus discípulos.

Saudação em português

Meus queridos amigos, convido cada um e cada uma de vós a estabelecer um diálogo pessoal com Cristo, expondo-Lhe as próprias dúvidas e sobretudo escutando-O. O Senhor está aqui e chama-te! Jovens amigos, vale a pena ouvir dentro de nós a Palavra de Jesus e caminhar seguindo os seus passos. Pedi ao Senhor que vos ajude a descobrir a vossa vocação na vida e na Igreja, e a perseverar nela com alegria e fidelidade, sabendo que Ele nunca vos abandona nem atraiçoa! Ele está connosco até ao fim do mundo.

Queridos jovens!

Tivemos uma aventura juntos. Firmes na fé em Cristo, resististes à chuva. Antes de ir embora, quero desejar-vos a todos uma boa noite. Que possais descansar bem. Obrigado pelo sacrifício que estais fazendo e, não duvido, que estais oferecendo generosamente ao Senhor. Vemo-nos amanhã. Agradeço-vos pelo exemplo maravilhoso que destes. Como aconteceu nesta noite, com Cristo podereis sempre enfrentar as provas da vida. Não o esqueçais! Obrigado a todos!


JMJ Madrid 2011: Missa com os seminaristas




Vendo-vos, comprovo de novo como Cristo continua chamando jovens discípulos para fazer deles seus apóstolos, permanecendo assim viva a missão da Igreja e a oferta do evangelho ao mundo. Como seminaristas, estais a caminho para uma meta santa: ser continuadores da missão que Cristo recebeu do Pai. Chamados por Ele, seguistes a sua voz; e, atraídos pelo seu olhar amoroso, avançais para o ministério sagrado. Ponde os vossos olhos n’Ele, que, pela sua encarnação, é o revelador supremo de Deus ao mundo e, pela sua ressurreição, é a fiel realização da sua promessa. Dai-Lhe graças por este sinal de predilecção que reserva para cada um de vós.

A Eucaristia, de cuja instituição nos fala o evangelho proclamado (cf. Lc 22, 14-20), é a expressão real dessa entrega incondicional de Jesus por todos, incluindo aqueles que O entregavam: entrega do seu corpo e sangue para a vida dos homens e para a remissão dos pecados. O sangue, sinal da vida, foi-nos dado por Deus como aliança, a fim de podermos inserir a força da sua vida onde reina a morte por causa do nosso pecado, e assim destruí-lo. O corpo rasgado e o sangue derramado de Cristo, isto é, a sua liberdade sacrificada, converteram-se, através dos sinais eucarísticos, na nova fonte da liberdade redimida dos homens. N’Ele temos a promessa duma redenção definitiva e a esperança segura dos bens futuros.

A santidade da Igreja é, antes de mais nada, a santidade objectiva da própria pessoa de Cristo, do seu evangelho e dos seus sacramentos, a santidade daquela força do alto que a anima e impele. Nós devemos ser santos para não gerar uma contradição entre o sinal que somos e a realidade que queremos significar.

Ninguém escolhe o contexto nem os destinatários da sua missão. Cada época tem os seus problemas, mas Deus dá em cada tempo a graça oportuna para os assumir e superar com amor e realismo.

Pedi-Lhe, pois, que vos conceda imitá-Lo na sua caridade até ao fim para com todos, sem excluir os afastados e pecadores, de tal forma que, com a vossa ajuda, se convertam e voltem ao bom caminho. Pedi-Lhe que vos ensine a aproximar-vos dos enfermos e dos pobres, com simplicidade e generosidade. Pode acontecer que vos desprezem, como se costuma fazer com quem aponta metas mais altas ou desmascara os ídolos diante dos quais muito se prostram hoje. Será então que uma vida profundamente radicada em Cristo se revele realmente como uma novidade, atraindo com vigor a quantos verdadeiramente procuram Deus, a verdade e a justiça.

Abri a vossa alma à luz do Senhor para ver se este caminho, que requer coragem e autenticidade, é o vosso, avançando para o sacerdócio só se estiverdes firmemente persuadidos de que Deus vos chama para ser seus ministros e plenamente decididos a exercê-lo obedecendo às disposições da Igreja.


JMJ Madrid 2011: Via-Sacra com os jovens





Que o amor de Cristo por nós aumente a vossa alegria e vos anime a permanecer junto dos menos favorecidos. Vós que sois tão sensíveis à ideia de partilhar a vida com os outros, não passeis ao largo quando virdes o sofrimento humano, pois é aí que Deus vos espera para dardes o melhor de vós mesmos: a vossa capacidade de amar e de vos compadecerdes. As diversas formas de sofrimento, que foram desfilando diante dos nossos olhos ao longo da Via-Sacra, são apelos do Senhor para edificarmos as nossas vidas seguindo os seus passos e para nos tornarmos sinais do seu conforto e salvação. «Sofrer com o outro, pelos outros; sofrer por amor da verdade e da justiça; sofrer por causa do amor e para se tornar uma pessoa que ama verdadeiramente: estes são elementos fundamentais de humanidade, o seu abandono destruiria o mesmo homem».

Oxalá saibamos acolher estas lições e pô-las em prática. Com tal finalidade, olhemos para Cristo, suspenso no duro madeiro, e peçamos-Lhe que nos ensine esta misteriosa sabedoria da cruz, graças à qual vive o homem. A cruz não foi o desfecho de um fracasso, mas o modo de exprimir a entrega amorosa que vai até à doação máxima da própria vida. O Pai quis amar os homens no abraço do seu Filho crucificado por amor. Na sua forma e significado, a cruz representa esse amor do Pai e de Cristo pelos homens. Nela reconhecemos o ícone do amor supremo, onde aprendemos a amar o que Deus ama e como Ele o faz: esta é a Boa Nova que devolve a esperança ao mundo.

Voltemos agora os nossos olhos para a Virgem Maria, que nos foi entregue por Mãe no Calvário, e supliquemos-Lhe que nos apoie com a sua amorosa protecção no caminho da vida, particularmente quando passarmos pela noite da dor, para conseguirmos permanecer como Ela firmes ao pé da cruz.