JMJ Madrid 2011: Festa de Acolhimento dos Jovens




A todos saúdo cordialmente no Senhor e repito que é uma grande felicidade encontrar-me aqui com todos vós. Que a chama do amor de Cristo nunca se apague nos vossos corações.

Trazeis dentro de vós questões, e procurais respostas. É bom não parar de procurar. Procurai sobretudo a Verdade que não é uma ideia, nem uma ideologia nem um slogan, mas uma Pessoa, Cristo, o próprio Deus vindo ao meio dos homens! Tendes razão em querer radicar n’Ele a vossa fé, querer fundar a vossa vida em Cristo. Ele vos ama desde sempre e conhece melhor do que ninguém. Possam estes dias, ricos de oração, de ensinamento e de encontros, ajudar-vos a descobri-Lo ainda mais para melhor O amardes. Que Cristo vos acompanhe durante este tempo forte, em que iremos, todos juntos, celebrá-Lo e rezar-Lhe.

Mantende a confiança na palavra de Cristo como alicerce da vossa vida! Enraizados e edificados n’Ele, firmes na fé e abertos ao poder do Espírito, encontrareis o vosso lugar no plano de Deus e enriquecereis a Igreja com os vossos dons. Rezemos uns pelos outros, para podermos ser jubilosas testemunhas de Cristo, hoje e sempre.

Ouvireis pessoalmente ressoar a sua Palavra. Deixai que esta Palavra penetre e crie raízes nos vossos corações, e sobre ela edificai a vossa vida. Firmes na fé, sereis um elo na grande cadeia dos fiéis. Não se pode crer sem ser amparado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para amparar os outros na fé. A Igreja precisa de vós, e vós precisais da Igreja.

Há palavras que servem apenas para entreter, e passam como o vento; outras instruem, sob alguns aspectos, a mente; as palavras de Jesus, ao invés, têm de chegar ao coração, radicar-se nele e modelar a vida inteira. Sem isso, ficam estéreis e tornam-se efémeras; não nos aproximam d’Ele. E, deste modo, Cristo continua distante, como uma voz entre muitas outras que nos rodeiam e às quais estamos habituados. Além disso, o Mestre que fala não ensina algo que aprendeu de outros, mas o que Ele mesmo é, o único que conhece verdadeiramente o caminho do homem para Deus, pois foi Ele que o abriu para nós, que o criou para podermos alcançar a vida autêntica, a vida que sempre vale a pena viver em todas as circunstâncias e que nem mesmo a morte pode destruir.

Queridos jovens, escutai verdadeiramente as palavras do Senhor, para que sejam em vós «espírito e vida» (Jo 6, 63), raízes que alimentam o vosso ser, linhas de conduta que nos assemelham à pessoa de Cristo, sendo pobres de espírito, famintos de justiça, misericordiosos, puros de coração, amantes da paz. Escutai-as frequentemente cada dia, como se faz com o único Amigo que não engana e com o qual queremos partilhar o caminho da vida.

Sabemos bem que fomos criados livres, à imagem de Deus, precisamente para ser protagonistas da busca da verdade e do bem, responsáveis pelas nossas acções e não meros executores cegos, colaboradores criativos com a tarefa de cultivar e embelezar a obra da criação. Deus quer um interlocutor responsável, alguém que possa dialogar com Ele e amá-Lo. Por Cristo, podemos verdadeiramente consegui-lo e, radicados n’Ele, damos asas à nossa liberdade.

Queridos amigos, sede prudentes e sábios, edificai as vossas vidas sobre o alicerce firme que é Cristo. Esta sabedoria e prudência guiará os vossos passos, nada vos fará tremer e, em vosso coração, reinará a paz. Então sereis bem-aventurados, ditosos, e a vossa alegria contagiará os outros. Perguntar-se-ão qual seja o segredo da vossa vida e descobrirão que a rocha que sustenta todo o edifício e sobre a qual assenta toda a vossa existência é a própria pessoa de Cristo, vosso amigo, irmão e Senhor, o Filho de Deus feito homem, que dá consistência a todo o universo. Ele morreu por nós e ressuscitou para que tivéssemos vida, e agora, junto do trono do Pai, continua vivo e próximo a todos os homens, velando continuamente com amor por cada um de nós

Confio os frutos desta Jornada Mundial da Juventude à Santíssima Virgem, que soube dizer «sim» à vontade de Deus e nos ensina, como ninguém, a fidelidade ao seu divino Filho, que acompanhou até à sua morte na cruz. Peçamos para que o nosso «sim» de hoje a Cristo seja também, como o d’Ela, um «sim» incondicional à sua amizade, no fim desta Jornada Mundial e durante toda a nossa vida.





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