Palavras de D. Joaquim Mendes na Vigília de Oração, 29 de Junho

 Celebrar a fidelidade de vinte e cinco anos de sacerdócio do Pe. José Augusto, é celebrar a fidelidade de Deus, é contemplar o dom maravilhoso do sacerdócio encarnado numa vida totalmente doada a Cristo e à Igreja, repartida por várias comunidades onde foi chamado a servir o Povo Sacerdotal.

É por meio da Palavra da salvação que se suscita a fé no coração dos não-crentes e se alimenta nos crentes, iniciando-se e crescendo mediante essa mesma fé o número de fiéis, segundo a frase do Apóstolo: «A fé surge da pregação; e a pregação surge pela palavra de Cristo» (Rm 10,17).

O presbítero é ministro da Palavra, porque foi investido nesse ministério pela Igreja, por missão recebida e exerce-o, não em nome próprio, mas em nome da Igreja, como sublinhou o senhor Patriarca na homilia das ordenações, no passado domingo, dirigindo-se ao povo de Deus da Igreja de Lisboa e referindo-se aos Bispos e aos Padres: «Queremos ser para vós arautos incansáveis da verdade, não da nossa verdade mas do Evangelho de Jesus Cristo (…). Não espereis que vos anunciemos verdades como gostaríeis de as ouvir. Teremos para vós e para connosco a exigência da verdade de Deus. Não queremos ser a fonte da Verdade, mas apenas servidores da Verdade».

Anunciar Jesus Cristo é participar com uma palavra de esperança nos dramas que a humanidade vive, iluminando-os com a Palavra do Deus vivo.

O ministro da palavra é, antes de mais ouvinte da Palavra, discípulo que a escuta e a vive. A palavra antes de passar pelos seus lábios deve ter passado pelo seu coração. A Constituição Dogmática «Dei Verbum», diz que “É necessário que todos os clérigos, sobretudo os sacerdotes e todos os que, como diáconos e catequistas se consagram legitimamente ao ministério da Palavra, leiam e estudem com assiduidade as Escrituras, para não se tornarem «pregadores vazios e superficiais da palavra de Deus, por não a escutarem interiormente» ”

A Palavra de Deus sacia a inteligência, aquece o coração, encoraja a vida.

A parábola do semeador é um convite à esperança de crentes e não crentes, para que abram os olhos para ver a luz, a verdade e o bem, os frutos da semente da Palavra que germina no coração de tantos homens e mulheres e nas comunidades cristãs, que, no silêncio, na humildade e na discrição produzem, “umas, cem; outras, sessenta; outras, trinta por um”. Estes são todos aqueles que escutam a voz de Cristo e dão testemunho da verdade de Deus, hoje, no mundo.

Por isso, caríssimo Pe. José Augusto e caríssimos cristãos não desanimemos, nem desistamos de continuar a semear com fé e confiança, não obstante alguns insucessos.

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